Este ou Esse

Este ou Esse ???

O "este" refere-se a tudo que está próximo no presente e no futuro de quem fala. Se algo ainda persiste (o dia, a semana, a estação, o momento...), emprega-se o "este". Ao começar a aula, o professor dirá: "na aula de hoje, veremos estes empregos do verbo". Ao falar do tempo, pode-se dizer: "nesta estação, está chovendo muito", "durante este dia, está fazendo calor". Ao designar alguém a outrem: "esta a moça de que lhe falei".

O "esse" refere-se a tudo que faz parte do passado ou que está próximo da pessoa com que se fala. Terminada a aula, o professor dirá: "nessa aula, abordamos..." Em "nessa estação, choveu muito", "nesse ano, estourou a guerra", "foram esses dias que marcaram minha vida", o demonstrativo determina época já transcorrida.



PARA NÃO ERRAR MAIS:

Este // esta:
Usado nos casos em que a pessoa ou coisa está próxima de quem fala. Exemplo: Esta estátua é minha; este homem é meu marido.

Também são usados quando nos referirmos a um lugar onde alguém está. Exemplos: Este hotel pertenceu à família de uma amiga; esta piscina precisa ser reformada.

Indicam, ainda, um período de tempo que ainda não terminou. Exemplos:
Este mês estaremos em Lisboa; esta semana começo em um novo emprego.

Pode-se usar o este ou esta para, numa oração, identificar o termo mais próximo. Exemplos: Joana e Cláudia estavam no mesmo avião; esta (Cláudia), porém, desceria em Havana.

Esse //essa:
Usado nos casos em que a pessoa ou coisa está afastada de quem fala. Exemplos:Preciso que você me empreste esse livro; cuidado, essa cadeira está quebrada.

Esse ou essa pode ser usado para designar alguma coisa que já passou. Exemplo: Esse mês (que passou) foi o pior para o comércio.

Renegar ou relegar

Os parônimos, aquelas palavras parecidas, mas de significados diversos, constantemente provocam confusão entre os redatores. Flagrante e fragrante, inflação e infração, moção e monção, posar e pousar etc. são alguns pares de parônimos.

A troca de um por outro leva a incongruências semânticas. Veja, abaixo, um caso:

"O Jornalista e o Assassino" tornou-se um estudo emblemático sobre a dinâmica do jornalismo, em que repórteres seduzem entrevistados e estes seduzem aqueles, sempre renegando as reais intenções a segundo plano.

O redator confundiu relegar com renegar. Os termos têm significados diferentes.

“Renegar”, da mesma origem de “negar”, significa renunciar solenemente a algo (renegar a fé), abandonar convicções (renegar o socialismo), negar (renegar um crime),  desprezar (renegar um filho), lançar maldição (“Eu te renego!”), abrir mão de algo (renegar o apoio de alguém), trair (renegar um amigo).

“Relegar”, por sua vez, quer dizer afastar, apartar (relegar adversários), pôr em segundo plano (relegar alguém ao esquecimento), “afastar com desdém” (relegar o parente do seio da família).

Note-se ainda que o verbo “relegar”, diferentemente do que ocorre com o verbo “renegar”, é bitransitivo, ou seja, constrói-se com dois objetos na estrutura “relegar algo a...”. Em outras palavras, não se diz “renegar algo a”, mas, sim, “relegar algo a...”. Vê-se que, ainda que se encontre alguma semelhança de sentido em alguma das acepções de um e de outro verbo, a sua sintaxe é diversa.

Certamente o redator pretendia dizer o seguinte:

"O Jornalista e o Assassino" tornou-se um estudo emblemático sobre a dinâmica do jornalismo, em que repórteres seduzem entrevistados e estes seduzem aqueles, sempre relegando as reais intenções a segundo plano.

Artigo e crase

O leão Ariel, que ficou conhecido no país devido a luta de seus criadores para que ele voltasse a se movimentar, morreu por volta de 13h30 desta quarta-feira (27).

Na maior parte das vezes, a dificuldade de saber se ocorre ou não a crase deve-se à dúvida quanto ao emprego do artigo.

No fragmento acima, há duas ocorrências de erro quanto ao uso do artigo – a primeira delas leva ao erro de crase. A locução de valor causal “devido a” encontra um termo feminino (“luta”), que deve ser antecedido de um artigo igualmente feminino.

Há quem sugira a substituição do termo feminino por um masculino para visualizar a presença do artigo (“devido ao esforço de seus criadores”, por exemplo), recurso simples que ajuda nos momentos de hesitação.

É bom lembrar que o uso do artigo antes do substantivo é regular no português – a sua ausência é que deve obedecer a algum motivo especial. Nos títulos jornalísticos, por exemplo, é comum a ausência do artigo diante de substantivos que anunciam o assunto da notícia, recurso que chama a atenção do leitor.

Diante das horas, o artigo é necessário, a menos que se esteja tratando de quantidade de horas.  Diz-se, portanto, que algum fato ocorreu às duas horas (com artigo), mas que as pessoas passaram duas horas numa fila (sem artigo).

No fragmento em questão, faltou o artigo antes da indicação de horas.

Veja abaixo a correção:

O leão Ariel, que ficou conhecido no país devido à luta de seus criadores para que ele voltasse a se movimentar, morreu por volta das 13h30 desta quarta-feira (27).

Intimidados ou intimados

 Intimidados ou intimados ?

“Devem pagar pelo crime com todo o rigor da lei! Só assim outros motoristas se sentirão intimidados a não dirigir após beber.”

É voz corrente entre os gramáticos que a sinonímia perfeita não existe. De fato, os termos podem ter significados muito semelhantes, mas cada um carregará suas próprias nuances. Quando se trata de verbos, a questão fica ainda mais delicada, pois o fato de as formas serem sinônimas não garante que tenham a mesma regência. Em outras palavras, a convergência semântica não implica a convergência sintática.

No fragmento em destaque, parece ter havido confusão entre a regência de “intimidar” e a de “intimar” – os significados são distintos, mas as palavras são inegavelmente semelhantes quanto à forma. Alguém é intimado a fazer alguma coisa, mas não se diz “intimidado a fazer”.

Dizemos que alguém é estimulado a fazer algo, instado a fazer algo, obrigado a fazer algo, forçado a fazer algo, impelido a fazer algo, levado a fazer algo, coagido a fazer algo etc.

“Obrigar” também pode ser sinônimo de “impor” ou de “oprimir”, por exemplo, mas isso não nos autoriza a fazer construções como “impor a fazer” ou “oprimir a fazer”(!). O verbo “intimidar”, empregado no fragmento em epígrafe, como está no particípio, poderia ser compreendido como simples adjetivo. Assim, bastaria um ponto final depois dele.

Devem pagar pelo crime com todo o rigor da lei! Só assim outros motoristas se sentirão intimidados.

Caso se quisesse preservar o complemento (“a não dirigir após beber”), seria possível fazê-lo desde que se substituísse o verbo “intimidar” por algum daqueles que admitem esse tipo de construção. Abaixo, uma sugestão:

Devem pagar pelo crime com todo o rigor da lei! Só assim outros motoristas se sentirão impelidos a não dirigir após beber.

Titulo ambíguo

Coreano é morto ao tentar defender o filho de ladrões

No contexto, é claro que o leitor compreende a mensagem pretendida, ou seja, a ideia de que um homem coreano foi morto por ladrões ao tentar defender seu filho. Isso, entretanto, não o impede de ler também a mensagem incorreta, segundo a qual o homem estaria tentando proteger de uma ameaça o “filho de ladrões”.

Embora a regência verbal esteja correta (“defender alguém de alguma coisa”), a ambiguidade resultante da escolha dos termos prejudica a clareza da construção. Esse tipo de estrutura frasal deve ser evitado a todo custo. O bom texto, desde que não seja poético, conduz a uma só leitura.

Uma possibilidade de correção seria o emprego da preposição “contra” no lugar de “de”. Assim:

Coreano é morto ao tentar defender o filho contra ladrões

Caso o espaço do título fosse muito restrito, seria possível ainda a seguinte formulação, entre outras:

Coreano morre tentando defender o filho contra ladrões

Retificar ou Ratificar

Retificar ou Ratificar?

Essas duas são palavras parônimas!

Os parônimos são palavras de sentido diferente e forma semelhante, que provocam, com alguma frequência, confusão. Essas palavras apresentam grafia e pronúncia parecida, mas com significados diferentes.

Por isso mesmo confundem muita gente. Vamos, pois, precisar o sentido de cada uma:

•     Ratificar – Significa confirmar, comprovar, corroborar, reafirmar, validar, como em: “O tratado foi ratificado pelos dois presidentes”, “Ratifico tudo o que afirmei antes” e “Os fatos ratificaram o que já prevíamos”.



•     Retificar – Tem variados sentidos, conforme o contexto. O mais comum, que faz esse vocábulo opor-se a “ratificar”, é corrigir, emendar, como em “Vou retificar o endereço”, “O contrato foi retificado para serem expurgadas as incorreções” e “É preciso ser retificada a segunda linha do documento”.

Viste as outras categorias do site e aproveite o conteúdo, essa você não erra mais hein, já sabe a diferença entre retificar e ratificar!

Aproveite também para seguir e convidar os seus amigos para o site Estudar Português!

Até a próxima!

Crase

Crase é a fusão de duas vogais idênticas. Representa-se graficamente a crase pelo acento grave.
Fomos à piscina
à artigo e preposição
Ocorrerá a crase sempre que houver um termo que exija a preposição a e outro termo que aceite o artigo a.
 Para termos certeza de que o "a" aparece repetido, basta utilizarmos alguns artifícios:
I. Substituir a palavra feminina por uma masculina correspondente. Se aparecer ao ou aos diante de palavras masculinas, é porque ocorre a crase.
Exemplos:
Temos amor à arte.
(Temos amor ao estudo)
Respondi às perguntas.
(Respondi aos questionário)
II. Substituir o "a" por para ou para a. Se aparecer para a, ocorre a crase:
Exemplos:
Contarei uma estória a você.
(Contarei uma estória para você.)
Fui à Holanda
(Fui para a Holanda)
3. Substituir o verbo "ir" pelo verbo pelo verbo "voltar". Se aparecer a expressão voltar da, é porque ocorre a crase.
Exemplos:
Iremos a Curitiba.
(Voltaremos de Curitiba)
Iremos à Bahia
(Voltaremos da Bahia)
Não ocorre a Crase
a) antes de verbo
Voltamos a contemplar a lua.
b) antes de palavras masculinas
Gosto muito de andar a pé.
Passeamos
a cavalo.
c) antes de pronomes de tratamento, exceção feita a senhora, senhorita e dona:
Dirigiu-se a V.Sa. com aspereza
Dirigiu-se
à Sra. com aspereza.
d) antes de pronomes em geral:
Não vou a qualquer parte.
Fiz alusão
a esta aluna.
e) em expressões formadas por palavras repetidas:
Estamos frente a frente
Estamos cara a cara.

f) quando o "a" vem antes de uma palavra no plural:
Não falo a pessoas estranhas.
Restrição ao crédito causa o temor
a empresários.
Crase facultativa
1. Antes de nome próprio feminino:
Refiro-me à (a) Julinana.
2. Antes de pronome possessivo feminino:
Dirija-se à (a) sua fazenda.
3. Depois da preposição até:
Dirija-se até à (a) porta.
Casos particulares
1. Casa
Quando a palavra casa é empregada no sentido de lar e não vem determinada por nenhum adjunto adnominal, não ocorre a crase.
Exemplos:
Regressaram a casa para almoçar
Regressaram à casa de seus pais

2. Terra
Quando a palavra terra for utilizada para designar chão firme, não ocorre crase.
Exemplos:
Regressaram a terra depois de muitos dias.
Regressaram à terra natal.

3. Pronomes demonstrativos: aquele, aquela, aqueles, aqueles, aquilo.
Se o tempo que antecede um desse pronomes demonstrativos reger a preposição a, vai ocorrer a crase.
Exemplos:
Está é a nação que me refiro.
(Este é o país a que me refiro.)
Esta é a nação
à qual me refiro.
(Este é o país ao qual me refiro.)
Estas são as finalidades
às quais se destina o projeto.
(Estes são os objetivos aos quais se destino o projeto.)
Houve um sugestão anterior
à que você deu.
(Houve um palpite anterior ao que você me deu.)

Ocorre também a crase
a) Na indicação do número de horas:
Chegamos às nove horas.
b) Na expressão à moda de, mesmo que a palavra moda venha oculta:
Usam sapatos à (moda de) Luís XV.
c) Nas expressões adverbiais femininas, exceto às de instrumento:
Chegou à tarde (tempo).
Falou
à vontade (modo).
d) Nas locuções conjuntivas e prepositivas; à medida que, à força de...
OBSERVAÇÕES: Lembre-se que:
Há - indica tempo passado.
Moramos aqui seis anos

A - indica tempo futuro e distância.
Daqui a dois meses, irei à fazenda.
Moro
a três quarteirões da escola.



...

Um ou Outro, Nenhum ou Nem Outro

UM OU OUTRO – NEM UM NEM OUTRO


São expressões que exigem verbo no singular.

Exemplos:

Um ou outro juiz participará do fórum.

Nem um nem outro aluno conseguiu fazer o exercício.

Há palavras do nosso vocabulário que merecem atenção quando forem grafadas. Abaixo a maneira correta e incorreta:

GRAFIA CORRETA GRAFIA INCORRETA
Cabeleireiro Cabelereiro
Privilégio Previlégio
Empecilho Impecilho
Manicuro (a) Manicure
Pedicuro (a) Pedicure
Disenteria Desinteria
Beneficente Beneficiente
Vaga-lume Vagalume

Certas palavras deixam dúvidas sobre o gênero, abaixo algumas que são sempre femininas e outras que são sempre masculinas:

PALAVRAS QUE SÃO SEMPRE FEMININAS PALAVRAS QUE SÃO SEMPRE MASCULINAS
A alface O trema
A comichão O champanha
A omoplata O guaraná
A sentinela O eclipse

A alface estava fresquinha e o preço melhor ainda.

O eclipse lunar poderá ser visto a olho nu.

Algumas palavras aparecem apenas no plural, veja a relação de algumas delas:

Os pêsames
As olheiras
As núpcias
As custas
As costas
Os óculos

Exemplos:

As custas cartorárias já foram lançadas.

Não deixe as olheiras mostrar a sua idade.

Quebrei meus óculos.

São ou Santo

SÃO – SANTO


SÃO » emprega-se são para nomes começados por consoantes.

Exemplos:

São Benedito, São José, São João.

SANTO » emprega-se para nomes começados por vogais ou H:

Exemplos:

Santo André, Santo Antônio, Santo Expedito.



.....

Retificar ou Ratificar

RETIFICAR – RATIFICAR


RETIFICAR » significa tornar reto, alinhar, corrigir, emendar.

Você precisa retificar totalmente esse parágrafo.

Cabral precisou retificar o texto várias vezes.

RATIFICAR » significa comprovar, reafirmar, validar.

Não tem problema, já ratifiquei a despesa.

O juiz ratificou a sentença.